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Cesárea de Emergência

Foto do escritor: Miriene FernandesMiriene Fernandes


Nascimento do Davi

O mundo "mágico" da maternidade:

Pois é... como eu disse na introdução dessa parte do blog eu vou falar aqui da maternidade real não da imaginária. Então nem sempre vão brotar coraçõezinhos da tela do seu computador ou celular.

Esse é um caso desses. Adoraria dizer aqui que foi um momento lindo, inesquecível e emocionante. Mas, na verdade, não foi bem assim.

E eu me comprometi a dizer a verdade nesse blog. Mesmo que eu saia um pouco do mundo mágico da maternidade que tentam pintar por aí. Por que teria me ajudado muito saber o que me esperava para estar mais preparada e para não me sentir uma mãe ruim quando as dificuldades, dúvidas e sofrimentos batessem à minha porta. Só quero que todas saibam que são normais quando sentem essas coisas e que não são menos mães por isso. Muito pelo contrário.

Dificuldades começaram na gravidez

Para entender um pouco minha cesárea de emergência preciso falar da gravidez.

Eu tive placenta baixa logo no primeiro trimestre e tive um sangramento por volta da 14a semana de gestação o que me deixou dois meses de repouso. Lá pelo 7o. mês da gestação as ultrassonografias apontavam para uma normalização e no 8o. mês tive a boa notícia que estava tudo bem, que o bebê já estava em posição e eu poderia até mesmo tentar o parto normal. Isso era o que eu queria mas já havia sido descartado logo no começo por conta dessa situação. Então eu estava super feliz. Finalmente havia a possibilidade.

Então eu fui conhecer a maternidade da cidade vizinha. Por que lá eles são de uma linha mais humanizada e têm uma maternidade mais moderna. Outro motivo é que moro em uma cidade pequena que só tem 1 hospital e lá eles não permitem que o pai entre no parto se for cesárea. E mesmo que eu tivesse optado por tentar o parto normal sempre pode haver a necessidade de uma cesárea, né? Como sei que esse é um direito da mulher ter um acompanhante e não queria brigar com o único hospital da cidade eu resolvi ir para outra maternidade e pronto. Estaria resolvido o problema.

Tudo corria as mil maravilhas e minha médica já havia aceitado ir para a outra maternidade também. Ela me deu algumas orientações. O que eu deveria fazer em caso da bolsa estourar, de perder o tampão, das contrações ficarem mais frequentes, etc. E algo que ela deixou beeem claro: se tiver sangramento de cor viva é correr para o hospital.

O parto:

Com 36 semanas de gestação eu comecei a ter contrações de treinamento. Tudo parecia confluir para meu parto normal tão sonhado. Mas na madrugada do dia 12 de abril, com 37 semanas, eu fui ao banheiro e ali estava um sangramento vivo. Fui tremendo falar com o Ivo - meu marido. Ligamos para a médica e corremos para o hospital. E o conto de fadas foi acabando por aqui. Por que a realidade era que não dava tempo de ir para o hospital que eu tinha escolhido. Eu tinha que ir para o mais próximo.

Chegando lá a obstetra plantonista me atendeu e viu que os batimentos cardíacos do bebê estavam alterados. Ela não me disse nada claro. Mas deu pra ver que algo estava errado como Davi. Ligou para minha médica e começou a me preparar para a cesárea. Tinha que ser feita o quanto antes. A minha obstetra já me encontrou no centro cirúrgico, na mesa de cirurgia. E eu estava lá. Sozinha, com medo, tensa, sem saber exatamente como estava meu bebê, no hospital que eu não queria e sem meu marido. Entenderam como eu me sentia nesse momento, né? Eu não conseguia pensar em nada, nem rezar direito. Eu só queria que ela fizesse logo a cesárea. Queria escutar um choro. Queria que a médica dissesse que meu filho estava bem. E queria muito não estar sozinha. Mas eu estava. E meu marido estava no corredor do hospital. Só Deus sabe o que se passava no coração e na mente dele naquele momento.

De repente eu escutei um choro e foi um alívio imenso. A médica disse que estava tudo bem com ele e a enfermeira trouxe o Davi para que eu visse.

Mas foi tão rápido! Ela colocou ele tão perto do meu rosto que eu não consegui ver ele direito - aqui está o lado um pouco cômico por que sou hipermetrope e estava sem lente, então não deu nem pra achar ele feio ou bonito rs. Só lembro que achei ele muito inchado e fiquei tentando analisar o rostinho dele enquanto ela já levava ele embora.

Aí fiquei ali naquela mesa de cirurgia sentindo a médica me costurar e sentindo o enorme alívio de que ele estava bem.

Depois me levaram para uma sala de recuperação. Que na verdade é uma sala que você fica mais uma vez sozinha com uma enfermeira. Não sei quanto tempo você fica ali mas parece uma eternidade. Tudo o que eu queria era estar com meu marido e meu filho.

Depois me levaram pro quarto. O Davi já estava lá com o pai. Mas eu - como tinha feito cesárea - não podia levantar por algum tempo nem mesmo para amamentar . Então colocaram o Davi no meu peito e ele mamou. E essa foi a minha primeira experiência de amamentação. Também não tem coraçõezinhos.Eu nem me lembro direito.

Mas para não terminar esse post com grávidas chorando vou dizer uma coisa: A gente passa por isso e nem se dá conta direito na hora. Por que na verdade você fica olhando pra aquela coisinha pequena do lado da sua cama e achando ele lindo.

Com certeza esse não foi o parto dos meus sonhos. Com certeza se eu tiver outro filho ainda gostaria que fosse um parto normal ou eu já entraria com um mandato de segurança para que o meu marido pudesse estar na sala de parto comigo se precisasse fazer outra cesárea nesse mesmo hospital.

E para concluir vou compartilhar uma experiência pode ajudar muito às grávidas que estejam lendo esse post: Quando eu estava grávida não quis fazer muita expectativa quanto ao parto por que eu sabia que mesmo tendo a possibilidade de ser normal poderia haver uma necessidade de ser cesárea no último momento. Isso me ajudou a superar esse momento difícil e um pouco fora do normal já que mesmo tendo a necessidade da cesárea a maioria pode marcar de um dia pro outro e tem tempo para se organizar e planejar e mentalizar. Então organize tudo, faça seu plano de parto se quiser. Mas saiba que o mais importante é que você vai ser mãe independente do tipo de parto que você tiver e que depois desse momento sua vida nunca mais será a mesma. Será - com certeza - muito melhor.

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Por Miriene Fernandes

Mulher, esposa, mãe e profissional não necessariamente nessa ordem. Mas cada um intensamente.

Amo viver com todos os seus desafios e percebi que mesmo que minhas experiências e dicas sejam simples podem ajudar quem está ao meu redor. E por isso criei o blog: para compartilhar dicas, experiências de vida, sentimentos e aprendizados. Sem pretender que minha opinião e experiência sejam as únicas válidas . Apenas é a minha experiência e pode ajudar alguém. 

Obrigado! Mensagem enviada.

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