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Desmame sem sofrimento


Quando falavam para mim do desmame eu já tremia. Por que escutei tantos relatos de desmame tãaao sofridos pra mãe, pro bebê ou para os dois que eu achava que meu bezerrinho ia sofrer muito e ficava morrendo de medo.


A amamentação do Davi deu certo desde o primeiro dia. Já falei bastante sobre ela aqui pra vocês. Nos primeiros 6 meses eu adotei a livre demanda. Mas a livre demanda bem entendida. Nada de colocar horário fixo para ele mamar. Ele acordava com fome então mamava. Mas eu usei o bom senso. Se ele tinha mamado por 40 minutos e não tinha nem 30 que tinha largado o peito então ele não estava com fome não é?

A principio ele mamava a cada duas horas por aproximadamente 40 minutos. Depois foi diminuindo o tempo das mamadas e o intervalo entre elas.

Aos 6 meses introduzimos a alimentação e ele mamava de manhã e à noite por que eu voltei ao trabalho. Em casa no fim de semana mamava também antes da soneca da tarde.

Eu queria manter a amamentação até os 2 anos. Mas eu percebi que a necessidade dele de mamar já não era tão grande. O Davi se alimenta muito bem desde o começo. Há algum tempo comentei isso com a medica dele e ela disse: então não oferece.Deixa ele pedir. Mas eu achei muito cedo. E continuei oferecendo.

Aos poucos ele parou de mamar no seio esquerdo. E depois não quis mais a mamada antes da soneca nos fins de semana.

Quando ele chegava da creche nem me deixava largar as bolsas direito já reclamava pedindo para mamar. Ele mamava quando acordava, às 18 e antes de dormir.

Não me lembro bem com que idade, mas pouco depois dele fazer 1 ano eu parei de oferecer antes dele dormir por que ele jantava na creche, mamava quando chegava e ainda lanchava antes do banho. Então realmente era dispensável. Além disso já tinha os dentinhos que eu escovava antes do banho. E também não queria que ele ficasse dependente de leite para dormir. Ele pediu umas duas ou três vezes. Depois se contentava com o chameguinho do colo para ler um livrinho e cantar uma musiquinha. E dormia super bem sozinho.

Quando ele estava com aproximadamente 1 ano e 4 meses já estava sentindo que se eu não oferecesse ele não ia pedir mais. MAS quem não estava preparada era eu. Então continuei oferecendo.

Em outubro ele estava com 1 ano e 6 meses e eu fui a uma viagem de fim de semana morrendo de medo e ele ficou super bem. Comecei a entender que era uma questão de tempo. De parar de oferecer. Então para minha surpresa ele parou de pedir quando chegava da creche. Pensa numa pessoa com peso na consciência! Pensei que tinha adiantado o desmame por causa da viagem. MAAAS eu descobri que a professora começou a dar um lanchinho pra ele antes de eu chegar por que percebeu que ele estava com fome. Alívio total!

Então eu comecei a aceitar que estava chegando o momento. Por que por incrível que pareça para a mãe também é um momento difícil. É uma mistura de sentimentos por que dá aquela sensação de liberdade por que ele já não está tão dependente mas ao mesmo tempo o momento de intimidade com o bebê que temos com a amamentação é maravilhoso.

Em novembro ele começou a mamar muito pouco. Dava pra ver que era só por que eu tinha oferecido e ele gostava do aconchego. Então eu comecei a deixar ele pedir. Ele pediu algumas vezes sobretudo à noite. E depois ele estava muito feliz indo tomar café na cadeirinha de manhã e lendo os livrinhos no meu colo antes de dormir.

Sei que talvez você esteja lendo e pensando que não ajudou em nada por que foi muito fácil. Mas acho que a facilidade esteve em eu trabalhar na minha mente e coração que havia chegado o momento desse desprendimento para nós dois. De cortar o segundo cordão umbilical.

E o outro ponto foi o de respeitar o momento do Davi. Ir observando as reações dele, fazendo o possível para ele estar satisfeito não só com a alimentação mas com os momentos de intimidade que podem ser um banho quentinho com massagem, um livrinho no colo, um chameguinho, uma oração antes de dormir... Ele não precisa mais do leitinho mas precisa do carinho, da atenção, do olhar atento da mãe. Esse cordão umbilical a gente NUNCA deve cortar.

E eu aprendi a curtir muito esses outros momentos com ele. E também comigo mesmo já que nada melhor que se livrar daqueles sutiãs horríveis de amamentação não é?

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