Hoje trago pra vocês o testemunho de minha grande amiga Janete Van der Geest que passou quase um ano no sofrimento de tentar encontrar um diagnóstico preciso para sua filha. Enquanto isso a vida da família se tornou bastante difícil e cansativa.
Ela nos conta um pouco os sintomas e processo de descoberta de algo que eu nunca tinha ouvido falar mas, por incrível que pareça, atinge cerca de 2 a 3% das crianças.
Há mais ou menos uns 10 meses atrás, a Teresa (minha mais velha), que tinha 2 anos e 8 meses na época, começou a acordar quase todas as noites, sem motivo aparente ou padrão. Às vezes chorava, às vezes só levantava e deitava na nossa cama, às vezes tirava a roupa e ficava dando cambalhotas na cama…
Ficava acordada uma, duas, três horas durante a madrugada... Fizemos tudo o que se pudesse imaginar de técnicas pra dormir... eu e o meu marido ficamos exaustos. E ainda temos o Paulinho, que é um ano e meio mais novo e, apesar de dormir bem, dava um pouco de trabalho também.
Chegou um ponto que toda hora nos perguntavam o que a Teresa tinha. Mas autismo já tinha sido descartado e ninguém estava conseguindo explicar os comportamentos dela.
Ela brincava muito sozinha. Não conversava apesar de falar tudo com uma dicção muito boa. Sempre foi muito esperta e, apesar de ser uma criança visivelmente muito feliz, tinha momentos de crise intensa, em que chorava e gritava e se desesperava por situações aparentemente simples. Mordia a batia MUITO na escola, o que nos causava certo constrangimento.
Em fevereiro desse ano, já sem saber como lidar com a situação, fomos a um neurologista que nos indicou uma psicóloga especialista em diagnóstico. Depois de vários encontros, a Te foi diagnosticada com Transtorno de Integração Sensorial. A psicóloga disse que 2 a 3% das crianças tem esse tipo de transtorno.
Fiquei muito impressionada, já que a porcentagem é muito alta pra eu nunca ter ouvido falar nisso. Ela disse que é pouco diagnosticado e que as crianças com os sintomas são muitas vezes simplesmente classificadas como terríveis!!!
Começamos o tratamento, que era com uma Terapeuta Ocupacional. Em 3 meses ela passou a dormir a noite toda, conversar muito mais, atender a comandos, ficou menos agressiva com o irmão…
Estamos impressionados com a melhora e com o tratamento.
Não tem nenhum tipo de remédio, são simplesmente atividades que estimulam os 7 sentidos (sim, são 7), e fazem com que ela consiga organizar melhor os pensamentos e se controlar melhor!!!
Desculpem o texto gigante, mas se puder ajudar mais alguém, eu já fico super feliz... Uma forma tão simples de resolver um problema que pode ser muito grande e atrapalhar muito a nossa vida.
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