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A Qualquer Custo?

A convidada de hoje é a Josi Carrara. Minha querida prima e amiga. Autora do instablog @melanciacomcaroço, casada com o Ed, mãe da Helena e do Pedro. Acompanhe essa experiência emocionante de luta por amamentar apesar de todos os desafios e compartilhe com as mamães que estão passando por essa experiência para que vejam que não estão sozinhas!





Durante a gravidez eu achava que amamantar era a coisa mais simples do mundo. Afinal, era só colocar o peito na boca da criança e pronto.


Maass... não é bem assim. Sei que pra cada mãe e filho tem uma questão, e pra mim, foi a emocional, em consequência da fisiológica.


Eu tenho bico invertido (não vejo problemas em falar isso aqui), usei concha na gravidez e peguei sol no peito, achando que resolveria. E até poderia ter resolvido.


No dia que a Helena (minha primeira filha) nasceu, assim que fui para o quarto e a enfermeira trouxe ela, viu o meu peito e disse: "NOSSA, VOCÊ NUNCA VAI CONSEGUIR AMAMAMENTAR". E foi aí que o meu bloqueio começou. A dita cuja mandou eu comprar um bico de silicone, porque eu não conseguiria amamentar sem.


Amamentar era uma missão de amor pra mim. Como que eu tinha conseguido o parto natural, mas não conseguiria amamentar, uma coisa tão simples?


E dalí eu não conseguiria me desgarrar do bico de silicone. Eu era completamente desinformada. Não tinha um médico (pediatra e obstetra) que conseguisse me orientar. Eu achava que estava fazendo certo, afinal, todo mundo (médicos) me via "amamentando". Só que a minha filha começou a perder peso vertiginosamente, passávamos 24h, 7 dias por semana, com ela acordada. Um recém nascido que não dormia. Ela passava muita fome e eu não sabia. E o meu leite jorrando. E ela só chupetando o bico de silicone.


A pediatra mandava complementar com fórmula, mas não me dizia pra procurar ajuda em relação à amamentação. E eu achando q ficava com a minha filha pendurada o dia inteiro no peito e não tinha nada errado. Eu chorando de um lado e ela do outro.


Até que, com ela com 2 meses e meio, eu resolvi parar de amamentar. Pra minha filha e eu pararmos de sofrer. Quando falei com a pediatra ela me disse: que bom, porque ela já tava desnutrida.



Como assim? Uma pediatra que pagávamos caro não me avisar antes, não me encaminhar pra ajuda? Lógico que ela não me viu mais na frente dela.


Seguimos a vida feliz e contente, com uma criança alimentada (com fórmula) e uma mãe tranquila, com a filha alimentada. Quando eu conheci a relactação, eu já tava psicologicamente tão abalada, que não funcionou.


Aí eu tive o segundo filho. Pouco mais de um ano depois da primeira. Toda aquela carga emocional me perseguia. Mas, alí, eu já sabia muito da teoria. Assim que ele nasceu, eu perturbei na maternidade pra me orientarem e ajudarem. Ajudaram, mas não adiantou muito. Contratei uma enfermeira pra me ajudar, mas também não adiantou muito. Minha avó ligou pra mim e disse que era só colocar a boca da criança no meu peito, e aí eu fui lá na casa dela pra me ajudar, mas até ela disse que tava difícil. Comprei bomba de leite da melhor possível, e foi essa que ajudou um pouco.



Com o Pedro (hoje eu consigo entender), a minha anatomia e as questões sensoriais dele não foram compatíveis. Ele, simplesmente, não chupava o peito. Eu tirava com a bomba, dava no copo, dava de todas as maneiras, mas ele não mamava. Até que... demos a mamadeira. E ele mamou (o meu leite) de dormir profundamente. E aí.... com 1 mês dele, eu DESISTI do peito. Não dava mais. Era uma tortura psicológica sem fim.


Eu acordava nadando em leite. Precisava dormir com toalhas dobradas embaixo de mim pra absorver. Mas não deu.


Esse é um assunto que me dói. Dói muito. Me sinto fracassada. Sem vitimismo. Pq era uma coisa que eu queria muito, que faria muito bem para os meus filhos, mas não conseguimos.


Nessa semana do aleitamento materno, eu me solidarizo com àquelas que, assim como eu, queria, mas não conseguiram. Precisamos falar, também, das dificuldades e abraçar quem não teve tanto sucesso assim.


Vamos aproveitar pra divulgar informações úteis, que possam ajudar às mães. Como fazer? O que fazer? Quem procurar?




 
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