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Quando meu filho vai falar?


O Davi estava com 1 ano e 8 meses e só falava 4 palavras: papai, mamãe, esse e dá.

Então eu perguntei pra Paty (minha super amiga e fonoaudióloga) se era normal... E descobri que ele estava indo muito bem.

Então eu pedi pra ela escrever um post a esse respeito para esclarecer as mamães que estão preocupadas como eu. E então tivemos uma idéia: a Paty vai aparecer por aqui pelo menos 1 vez por mês para esclarecer nossas dúvidas. Já tivemos várias ideias de tema mas você pode deixar a sua sugestão aqui.

Deixo vocês com a especialista então:

 

A construção do “Eu falante”

Ao observar o processo de aquisição da linguagem podemos notar grande evolução da fala da criança a partir dos 2 anos de idade.

Isso não é coincidência. Do primeiro para o segundo ano de vida a criança praticamente dobra o seu vocabulário. A partir do segundo ano já aparecem as frases simples e a intencionalidade da fala. Nesse momento do despertar da linguagem é extremamente importante apresentar aos pais estratégias que favorecem o desenvolvimento linguístico.

Como ajudar seu filho a desenvolver a linguagem:

Existem três processos que norteiam o desenvolvimento da linguagem: a especularidade, a reciprocidade e a complementaridade.

Especularidade:

A especularidade se resume em “traduzir” o que a criança fala, neste momento é importante que se fale corretamente evitando diminutivos.

Muitas vezes as crianças emitem vocalizações que tem uma melodia própria, mas ainda não são muito compreensíveis, o papel dos pais neste momento é dar sentido a essa fala, colaborando desta forma na aquisição de novas palavras e na sua contextualização.

Complementaridade:

A complementaridade é quando reproduzimos o que a criança falou e a essa reprodução acrescentamos algum dado.

Reciprocidade:

Chegamos assim no último passo: na reciprocidade. A noção de recíproco é literal, eu falo para ser ouvido. Costumamos dizer que a criança parece um papagaio, pois repete o tempo todo a fala do adulto. Na verdade, o que ela está adquirindo é a noção de turno desse jogo dialógico. Ela reconhece que para uma fala existe uma resposta e ainda não está madura linguisticamente para dar as suas então repete a fala do adulto.

Sendo assim podemos explorar qualquer atividade da rotina diária para estimular a fala da criança. O mais importante é que esse processo tem que acontecer de forma espontânea e prazerosa para os dois pares desse diálogo. Não dá pra ser um movimento mecânico em que você projeta e elabora cada etapa que está acontecendo. Cuidado com isso!

Com o desenvolvimento a criança começa a entender as regras desse “novo jogo” e interage ativamente nele. E esse é um dos motivos que colocamos o brincar como um grande estímulo. Através da brincadeira a criança, necessariamente, com um interlocutor, irá responder às suas solicitações e indagações. Poderá também participar de uma brincadeira com enredo, através de bonecos e fantoches e dessa forma ir construindo a história, a brincadeira por ela mesma.


É nessa relação dialógica, cuidador-bebê, que começa a se formar a estrutura do “eu falante”.

Nesse sentido é muito importante estarmos atentos a nossa fala e a reciprocidade da criança. Está lembrado, lá no início do texto, quando falei de especulação? Olha ela aí!

Especular é traduzir de forma instintiva o que a criança lhe traz em vocalizações, então quando ela estabelece um diálogo com o cuidador em balbucios e pequenas palavras deve este dar sentido a sua fala, transformar aquela melodia em fala intencional.

A partir daí você já sabe como continua. Mãos à obra!

Para que possa acompanhar todo esse processo e saber a hora em que deve procurar ajuda deixo parâmetros nas tabelas abaixo.

Etapas de aquisição da fala:


Etapas de aquisição da fala

Desenvolvimento dos Fonemas:


Deselnvolvimento dos fonemas

A Paty tem um canal no You Tube excelente. Vou deixar um vídeo aqui que tem tudo a ver com esse tema mas vocês podem procurar outros temas lá:


 

Contato da fonoaudióloga Patricia Taranto

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